Como funcionam as ações

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Olá, querido(a) Lobo(a), seja bem-vindo(a)! Em nossos últimos artigos, preparamos você para o início da jornada pela renda variável. Garantimos que você carregasse os suprimentos corretos, conhecesse os perigos que encontrará pelo trajeto e até que possuísse um mapa, para não se perder no caminho. E já que você possui todos os apetrechos e informações necessárias, é hora de colocarmos o pé na estrada!

Nosso primeiro aprendizado será sobre as famosas ações, que, assim como o caviar, todo mundo já ao menos ouviu falar. Por ser um conteúdo mais complexo que a renda fixa, precisaremos de mais de um artigo para abordar todo o conteúdo planejado. Os vídeos também serão de grande utilidade, portanto não deixe de se inscrever em nosso canal no Youtube e nem de nos acompanhar nas redes sociais através da @invistalobos no Instagram e Lobos Investimentos no Facebook.

Uma ação é o menor pedaço do capital social de uma empresa que resolveu captar recursos e abriu seu capital na Bolsa de Valores. É também entendida como um título que concede ao possuidor, chamado de acionista, participação na sociedade de uma empresa. E se o detentor de uma ação passa a ser sócio da empresa, passa também a ter direito sobre os ativos e lucros dela, proporcionalmente à quantidade de ações possuídas.

Talvez você já tenha se perguntado em quais empresas é possível investir. As empresas possuem diferentes classificações quanto à sua estrutura societária e capital. Dentre outras classificações, uma empresa pode ser empresa individual, sociedade simples, sociedade limitada (você já deve ter reparado nas letras LTDA junto ao nome de uma empresa em uma nota fiscal) ou sociedade anônima, que é a estrutura que nos interessa aqui (a título de curiosidade, entre no site da Natura e desça toda a página; você verá que o nome de registro da empresa, conhecido por Razão Social, é Natura Cosméticos S/A, ou seja, a Natura é uma sociedade anônima).

Uma S/A pode ter o capital aberto ou fechado. Quando falamos que uma S/A tem o capital aberto, é porque ela possui ações na Bolsa de Valores. No site da B3, é possível visualizar uma lista com todas as mais de 300 empresas nacionais negociadas em bolsa e obter diversas informações sobre qualquer uma delas.

É interessante mencionar que um acionista possui direitos essenciais, estabelecidos pela Lei nº 6.404/76 (Lei de Sociedades Anônimas), e responsabilidade limitada, ou seja, o acionista não é pessoalmente responsável se a empresa não for capaz de honrar suas dívidas. Isso significa que, caso uma empresa da qual você seja acionista decrete falência, você não precisará vender seu carro ou casa para quitar as dívidas, ainda que você perca o dinheiro aplicado nas ações.

Quando uma empresa resolve abrir seu capital, ela precisa atender a uma série de requisitos exigidos pela Comissão de Valores Mobiliários, a CVM (caso não se lembre de quem é ela, leia AQUI). Esses requisitos garantem transparência na gestão das empresas, permitindo que todos os participantes do mercado financeiro tenham acesso às mesmas informações, como os balanços contábeis da empresa, por exemplo. A empresa recebe, ainda, uma classificação em um segmento de listagem na B3, dependendo de suas regras de governança corporativa (basicamente, o conjunto de processos e práticas que norteiam a administração de uma organização). Essas regras vão além das obrigações perante a Lei das S/As e as empresas aderem a elas voluntariamente, o que resulta em uma melhor avaliação da empresa e atrai investidores.

Para as empresas que não desejam aderir às regras diferenciadas de Governança Corporativa, existe o Segmento Básico. Para as demais, existem segmentos adequados aos diferentes perfis de empresas, sendo eles: Bovespa Mais, Bovespa Mais Nível 2, Novo Mercado, Nível 2 e Nível 1. Os segmentos determinam regras como composição do capital social (se pode possuir somente ações ordinárias, preferenciais ou ambas – relaxa que já, já eu explico o que são esses tipos de ações), composição mínima do conselho de administração, disposição sobre reuniões públicas anuais, dentre diversas outras regras, que você pode conferir minuciosamente AQUI. Atualmente, o segmento que reúne mais empresas é o Novo Mercado, com 146 empresas listadas.

O processo de abertura do capital culmina com a IPO, que é a Oferta Pública Inicial, momento em que ocorre a primeira venda das ações, e elas passam a ser negociadas em bolsa. O dinheiro dessas ações compradas vai para o caixa da companhia. Após isso, os acionistas podem negociar suas ações no mercado, caso em que o dinheiro da venda da ação vai para o caixa daquele acionista que a vendeu e não pro caixa da empresa.

Existem, basicamente, dois tipos de ações: as ordinárias e as preferenciais. As ordinárias, que recebem a sigla ON, dão ao acionista o direito ao voto em assembleia para, por exemplo, escolher o conselho de administração da empresa. As preferenciais, que recebem sigla PN, garantem ao acionista recebimento de dividendos no mínimo 10% superiores aos pagos pelas ações ordinárias, além de prioridade na liquidação do capital em casos de falência, mas não dão direito a voto. O tipo da ação é expresso no seu ticker, que é o código de um ativo na Bolsa.

A negociação de ações acontece das 10:00 às 16:55, em dias úteis. É o que chamamos de pregão. Na Bolsa brasileira as ações são negociadas em lotes de 100 ações. Existe, ainda, o mercado fracionário, uma opção mais acessível a investidores de baixa renda ou iniciantes, que permite a compra de 1 a 99 ações. O mercado fracionário apresenta uma menor liquidez, o que pode não ser atrativo para alguns investidores. Ainda assim, é pelo mercado fracionário que nós, da Lobos Investimentos, aconselhamos os jovens Lobos a começarem a investir, até que percam o medo e comecem a dominar o sistema de compra e venda de ações.

O preço de cada ação é dado pela cotação, que reflete as expectativas dos investidores em relação à empresa e ao cenário político e macroeconômico, tanto interno quanto internacional. A cotação apresenta o último negócio efetivado e muda ao longo de todo o pregão. Para facilitar que um comprador e um vendedor cheguem a um acordo, os investidores têm acesso ao Livro de Ofertas, onde é possível visualizar quantas ações e a que preço os compradores e os vendedores do mercado estão dispostos a negociar.

Como a cotação de um ativo sofre diversas flutuações, é muito comum que usemos gráficos para acompanhá-la. Há diferentes tipos de gráfico, contudo um dos mais utilizados no mundo dos investimentos é o gráfico de candles, ou velas, mas é um assunto que ficará para as próximas semanas. Caso esteja curioso(a), querido(a) Lobo(a), já comece a pesquisar o assunto na internet e tenho certeza que encontrará ótimos conteúdos. E não deixe de navegar pela página da B3 e explorar as empresas listadas, os segmentos de listagem a que pertencem, seus tickers e cotações. Coloque em prática o que foi aprendido nesta primeira etapa. A gente se vê em duas semanas, será um prazer estar com você!

Se tiver alguma dúvida, é só chamar a gente nas redes sociais, nos comentários aqui embaixo ou escrever para blog@lobosinvestimentos.com.br.

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